Infidelidade Conjugal -Traição tem Conserto?
- angelaleticiasanto
- 25 de abr. de 2023
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Já há muitos anos que pesquisadores de diversas áreas do comportamento, sobretudo psicólogos, psicanalistas e psiquiatras, dedicam tempo e estudos à compreensão da questão da infidelidade conjugal. Isso porquê, sabemos dos efeitos negativos que as traições podem ter nos relacionamentos afetivos e nos casamentos, levando a experiências que podem ter efeitos emocionais e comportamentais devastadores na vida de um ou dos dois envolvidos.
O divórcio talvez ainda apareça como uma das principais consequências a ser evitadas, já que impõe, além do rompimento do vínculo, do afastamento e do sofrimento, a discussão sobre questões financeiras, sociais e familiares a serem enfrentadas. Divisão de bens, explicações cansativas e dolorosas à família extensiva e aos grupos de convivência...enfim, justificativas dolorosas que tendem a aumentar a fragilidade ou a raiva da pessoa que foi traída. Especialmente, quando há filhos envolvidos na relação, este contexto torna a separação conjugal um momento crítico, que compromete a vida dos parceiros envolvidos em vários outros setores, como saúde mental, emocional, (com adoecimento grave inclusive) desempenho no campo profissional entre outras questões.
A forma mais antiga de se definir a infidelidade seria sobre quando uma pessoa que vive uma relação de compromisso com alguém realiza um ato sexual ou afetivo presencial fora de sua relação primária . Desta forma, ocorre a quebra da confiança, do acordo (seja legal ou verbal). Essa violação da regra estabelecida muda a dinâmica do relacionamento, começam a acontecer segredos entre os casais, que são necessários na tentativa de “esconder” sinais que possam levar o outro a desconfiar ou constatar que ocorreu ou ocorre a traição.
Contudo, mesmo quando tais indícios são bem guardados pelo parceiro (a) infiel, os estudos psicológicos demonstram que ocorrem certas mudanças no comportamento daquela pessoa, que podem ser muito claros ou sutis, “deixando no ar” a sensação de que algo não vai bem no relacionamento.
O fato é que precisamos entender que, com a mudança da sociedade ao longo das décadas, as formas de praticar atitudes de infidelidade também mudaram.
Se há alguns anos as pesquisam mostravam que os atos de infidelidade ocorriam mais por parte dos homens, e envolviam propriamente relações físicas e/ou sexuais, hoje sabe-se que a infidelidade praticada pelas mulheres está quase no mesmo patamar da masculina. Também, é importante citarmos que com tanto avanço tecnológico, aumentaram consideravelmente as práticas de infidelidade por meio da internet, virtualmente, através de diálogos, masturbação compartilhada em tempo real ou gravada. Estas práticas de infidelidade podem ou não levar a encontros presenciais.

E quais são as principais justificativas para a infidelidade?
Muitos são os motivos relatados como razões para a prática da infidelidade, mas em termos mais simples e resumidos os estudos psicológicos apontam para:
· Insatisfação sexual com o parceiro (a);
· Busca de novas experiências sexuais, ainda que exista afinidade sexual com o parceiro (a);
· Desejo de sentir-se livre;
· Quebrar a rotina;
· Buscar numa relação externa uma “fonte de apoio” para aumentar a satisfação na casamento/relacionamento primário (quando o parceiro (a) que trai justifica que faz isso para “esquentar” o casamento ou namoro;
· Busca de amor romântico;
· Procura/carência de escuta e acolhimento;
· Infidelidade como forma de vingar-se de uma traição sofrida;
· Frequentar lugares e conviver em grupos onde existam condições propícias à traição.
Enfrentando a traição – Como ressignificar um relacionamento sem perder a autoestima
É importante que a pessoa traída que queira reatar laços significativos do passado ou construir outros novos e mais saudáveis, se convença que não é vergonha continuar no relacionamento, que ao fazer isso não está sendo um “tapete descartável”, mas sim, que está lutando para vencer as adversidades e compreender as “falhas humanas”.
“Re”-Investir numa relação onde ambos acreditem que há emoções e valores consideráveis, superando as dores, pode trazer um crescimento sem medidas para a qualidade do relacionamento. Embora muitas traições culminem em separações, devemos reconhecer que algumas relações acabam passando por mudanças muito significativas que fazem o casal crescer.
Sem dúvidas, a infidelidade pode provocar feridas profundas, mas estas feridas também podem cicatrizar. Há muitas pessoas que relatam amar e se preocupar em cuidar muito bem de seu parceiro, apesar de ter cometido a traição, e, desta mesma maneira, há pessoas que sofreram com a infidelidade que continuam a amar quem lhe traiu, e apesar das dores, deseja procurar alternativas para superar os danos e permanecerem juntos.
E como chegar a essa superação?
A superação é possível, mas fácil e simples não é. Existem muitos sentimentos e comportamentos que são afetados pela infidelidade e que, para serem minimizados precisam de apoio e tratamento especializado. Ora, tão sérias são algumas consequências, que não raramente, vemos pessoas que desenvolvem quadros como depressão, uso abusivo de álcool ou drogas ou ainda, idealizam ou tentam suicidar-se.
Nesse ponto, em minha experiência, não vejo que há outra forma mais eficaz de reparar as perdas e prejuízos emocionais que não seja por meio da psicoterapia.
Seja ela individual ou a terapia de casal, certamente é neste processo que o indivíduo vai refletir sobre seus comportamentos, sobre seu potencial de mudança, seu amor próprio, e a importância do respeito pelo outro como um ser individual, único e merecedor de amor e respeito.
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